Aliança da imoralidade
Donald Trump faz novas alianças políticas e testa os limites da moralidade humana. Entre os acordos com El Salvador e Rússia, atos e discursos de Trump afastam o mundo da decência básica.
Vocês notaram que estamos sendo vítimas de uma lavagem cerebral em massa? Desde que Donald Trump voltou ao poder com a turma das Big Tech e outros extremistas americanos, tenho observado alguns sinais preocupantes lançados na cara de todo mundo sem um mínimo de pudor. Tenho a certeza que se trata de uma experiência de laboratório a céu aberto e a gente não está sabendo.
Tem uma cena na série Lost que me fez pensar neste momento que estamos vivendo. Na cena em questão, temos o namoradinho de Alex, filha do maligno Benjamin Linus; o menino está preso num laboratório secreto e colocaram nele um capacete de controle mental e está frente a uma tela onde imagens desordenadas e sons de Rock pesado desfilam sem parar; tudo isso numa sala completamente escura.
O resultado é uma sensação de tortura absurda. Esse tipo de método é usado nas sessões de tortura. Já vi isso até no filme “Zero Dark Thirty”, no qual a CIA caça o Bin Laden.
O que isso tem a ver com Trump? Bem, eu acho que tem tudo a ver. Vejam, desde que Trump voltou à presidência dos Estados Unidos, tenho a impressão que tanto ele quanto seus capangas da Big Tech estão sem freios. Nós tivemos o Elon Musk fazendo ostensivamente o sinal de saudação nazista. Duas vezes…
É difícil olhar tudo que está acontecendo e não pensar que estamos sendo alvos de algo totalmente perverso e premeditado; algo como uma lavagem cerebral coletiva. Uma espécie de engenharia psicológica que visa destruir nossos fundamentos morais e éticos.
Numa de suas loucuras, Trump divulgou um vídeo de propaganda anunciando seu grande projeto para Gaza. Um tipo de Teaser do mega-projeto que pretende fazer em Gaza. Vocês já sabem. Ele quer fazer negócios. Ele quer um deal. Não importa se isso significa dançar em cima dos cadáveres e dos mortos da Palestina.
Trump quer transformar Gaza em um paraíso de entretenimento. Ao diabo, a ética!
Não é tudo. Não sei vocês, mas eu quando vejo que Benjamin Nentanyahu está associado num projeto, já tenho mil reservas. Nos últimos dias, tivemos a reviravolta de Trump que finalmente sinalizou que a inimizade entre os Estados Unidos e a Rússia acabou. E para quem ainda tinha dúvidas quanto isso apesar de já nas redes sociais ter chamado Zelensky de ditador, Trump esperou o presidente ucraniano chegar na Casa Branca para organizar a maior humilhação da história da diplomacia internacional.
Também na sequência desses mesmos acontecimentos, Estados Unidos, junto com alguns aliados como a China, Israel, Coreia do Norte e Rússia, bloquearam na ONU a resolução que exigia à Rússia a retirada de seu exército do território ucraniano. O dedo de Netanyahu aponta para Gaza e também para Ucrânia.
Obviamente, Netanyahu sabe que ao apoiar Trump nesse voto contra a Ucrânia, ele obtém algumas garantias sobre Gaza. Uma licença para matar mais.
Olha, cada um tem o direito de ter seu lado nessa história entre Putin e Zelensky; entre a Rússia e a Ucrânia. Mas algumas coisas soam como soam, ok? Estava nas redes sociais quando vi uma declaração de Trump; e li duas vezes para ter certeza que estava entendendo o que estava lendo.
Basicamente, Trump afirmou, abre aspas: “Estamos indo bem com a Rússia. Agora mesmo, estão bombardeando a Ucrânia pra caramba. Para ser sincero, estou achando mais dificil fazer negócios com Ucrânia. E eles não têm as cartas… em termos de encontrarmos um acordo final, pode ser que fique mais fácil fazer negócios com Rússia.”
Ou seja, um país está “bombardeando outro pra caramba”, mas quem tem culpa disso é a o país bombardeado.
Como eu disse: as coisas soam como soam. Independentemente de lados, as coisas são como são.
Eu, já falei, não sou um grande fã de Zelensky. Me parece que desde o início dessa guerra, faltou discernimento e se deixou levar pelo projeto dos americanos que agora o jogaram para os lobos. Mas também sei separar a pessoa Zelensky do povo da Ucrânia. E um povo que está sob as bombas está sob as bombas. Não importa como tentemos maquiar o óbvio. A realidade é que as bombas estão caindo. Digo a mesma coisa sobre Gaza. Não adianta que tentem normalizar o genocídio e as atrocidades cometidas sobre o povo palestino, a realidade permanece.
O show de horrores ao qual estamos expostos não para por aí. Não sei se viram a notícia de que o presidente do El Salvador aceitou o acordo com o governo americano de receber imigrantes deportados de outras nacionalidades e também criminosos mais perigosos, inclusive, cidadãos americanos. Tudo isso, em troca de uma tarifa. Claro. Não podia faltar um deal no meio dessa patifaria. Percebem o nível de baixaria ao qual estamos sendo expostos?
Aqui, não se discute as violações de direitos humanos que essas pessoas deportadas vão sofrer no momento de deixarem os Estados Unidos e na sua chegada a El Salvador. Sem falar que não sabemos como serão tratadas depois nessas mega-prisões. Está tudo muito nebuloso.
Acreditem, essas coisas não acontecem por acaso. E se El Salvador e os Estados Unidos chegaram a um acordo como esse, certamente alguém já tinha tentado algo parecido.
Em 2024, Ruanda e Reino Unidos chegaram a um acordo parecido. O governo conservador de Rishi Sunak conseguiu que o Parlamento britânico aprovasse uma lei sobre a deportação para Kigali, capital de Ruanda, de pessoas que solicitaram asilo políticos mas que entraram ilegalmente no país.
Agora, em 2025, no auge do conflito armado entre RD Congo e Ruanda, e após sofrer sanções de vários países da Europa, inclusive do Reino Unido, Paul Kagame, presidente de Ruanda, reclama que os ingleses paguem o que devem ao seu país no âmbito desse acordo. Os ingleses, naturalmente, se recusam a pagar e romperam o acordo. É rir para não chorar.
Como eu falei. Estamos sendo testados. Não é possível que essa sequência de atos e declarações indecentes seja apenas resultado do acaso. É possível que estejamos participando de um experimento mundial com o objetivo de alargar ainda mais os limites de nossa moralidade e as bases do entendimento comum daquilo que é ético ou moral. Não vejo outra explicação. Tudo está muito nebuloso…
A gente viu essa tática sendo aplicada aqui nos anos Bolsonaro: absurdo atrás de absurdo, com graus de "absurdescência" cada vez maiores até que os absurdos iniciais parecem aceitáveis. A diferença é que agora é em escala global.
Já a complacência da mídia empresarial com os absurdos da direita é universal também.
a comparação entre ucrânia e gaza é um tanto quanto absurda… a ucrânia literalmente topou ser a ponta da lança dos dos democratas americanos e por isso sofreu represália de putin. esperar que a moral dite as ações de um líder uma nação com poder atômico é tão ingênuo quanto tentar comparar hamas com zelenski.